Duas pessoas se encontraram, tudo flui perfeitamente como se fossem feitos um para o outro. Os olhares, os corações e o tempo se juntam para formar um momento perfeito e inesquecível. Mas, a pergunta que não quer calar é: existe realmente o amor verdadeiro?
Tem dois filmes recentes que tratam deste assunto de uma maneira bem singular, se tivessem sido feitos há, suponhamos, dois anos atrás, tenho absoluta certeza que seus desfechos seriam diferentes. Ambos tratam de imaginar o amor único, singular e dito verdadeiro, apenas com um homem, alguém de fora do seu ciclo familiar, se tratando do romance, amor para toda vida, onde todos encontraremos os nossos príncipes ou princesas encantadas. Com um final que, claro, é bem clichê, mas nunca acontece realmente.
Agora a versão dos filmes se atualizou e o amor verdadeiro não é mais entre um príncipe e uma princesa, mas sim entre os seus familiares, pessoas que te viram crescer. Peguemos primeiro o filme Malévola, que, sinceramente, é incrível. Angelina Jolie, que interpreta Malévola, vive um amor inacreditável, lindo e puro com Stefan, interpretado por Sharlto Copley, que é muito ambicioso. Stefan vai em busca dos seus sonhos traindo o amor da Malévola, que nunca o perdoa e começa a viver rancorosa. Gerando aquela mágica que dará sono eterno a Aurora, vivida por Elle Fanning, irmã da nossa querida Dakota Fanning. O único jeito de salvá-la será um beijo de amor verdadeiro, que não é dado pelo príncipe que ela conhece no primeiro dia, mas sim por ninguém menos que a Malévola, desculpe o Spoiler.
Já o segundo filme é Frozen, animação da Disney, que leva trilha sonora de Demi Lovato com a música Let Go. Nele temos a história de duas irmãs Anna e Elsa, que vivem felizes em um castelo até que Elsa, que nasceu com poderes mágicos, sem querer, projeta-os sobre sua irmã mais nova, Anna, e tem que escolher ficar escondida até que tenha total controle sobre seus poderes e todas as lembranças de suas brincadeiras com magia são apagadas da memória da irmã caçula. Anos após ficar presa, ocorre a coroação de Elsa, que será Coroada Rainha. Mas tudo foge ao controle quando Anna resolve se casar com o primeiro príncipe que te dá mole e, claro, Elsa considera isso um absurdo e manda acabarem com a festa. E é bem nessa hora que tudo foge ao controle, todos descobrem seu segredo e ela tem que fugir para longe a fim de se esconder. Sua irmã mais nova, vai procura-la e conhece Kristoff, um vendedor de gelos que acaba ajudando-a a encontrar sua irmã, que acaba acertando o coração de Anna, sem querer, mas para salvar-la o único jeito seria através de um ato de amor verdadeiro. Imaginou a confusão, certo? Todos queriam que o príncipe que ela viu lhe desse um beijo provando o seu amor verdadeiro, mas quem disse que ele a amava? Só queria tomar-lhe todo o reino – semelhança das histórias, né? – mas não deu muito certo porque o amor verdadeiro ela conhecer enquanto procurava pela sua irmã, ok, ok, não é assim que funciona mais. Quem deu o ato de amor verdadeiro? A sua irmã, claro, que a aturou a vida toda cantarolando e pedindo para brincar no gelo.
Tai, uma coisa que melhorou nos contos de fadas, não irei me iludir mais pensando que o amor da minha vida aparecerá de repente e me dará um beijo na boca para me acordar. Isso acontecerá através de um choro, ou quem sabe um beijo na bochecha de alguém que conviveu comigo muito anos, como se fosse minha família. Será mais um daqueles jeitos Disney de dizer que isso acontecer agora é quase uma ilusão também?
Um fato a se pensar. O que acham?
–A
3 Comments
Realmente. Um fato para refletirmos a respeito… tem muito haver essa suposição que o seu texto nos leva a fazer. Queria ressaltar apenas um “porém” sobre essa frase do segundo parágrafo: “Com um final que, claro, é bem clichê, mas NUNCA acontece realmente.” Não diria que é uma crítica. Não me entenda mal, por favor. É só uma outra forma de entender o texto e de pensar sobre… É que eu, particularmente, não gosto de dizer nunca pra nada, e apesar de não ser exatamente como nos filmes da Disney, com encantos, desencantos, beijos que salvam, etc… eu encaro tudo isso como “metáforas” do que realmente acontece e acredito sim em um “viveram felizes para sempre”, pois vemos por ai tantos casais felizes (apesar de tudo)e que são casados ou estão juntos a tanto tempo, que é impossível afirmar que não existem esses tais felizes para sempre, mesmo que a felicidade seja um estado, ou apenas uma caminhada, acredito sim, que existem casais que tomam posse dessa felicidade, mesmo não vivendo sempre em um conto de fadas.
Verdade, escutei demais esse “nunca diga nunca” e “todo mundo é muita gente” no meu último ano do ensino médio. Concordo com você sobre essa questão de existir casais que tiveram o seu feliz pra sempre. Acredito que todos merecemos o nosso felizes para sempre, mas talvez tenha pensado mais no jeito utópico que tudo acontece nas histórias da disney, sei que tudo pode ser levado pro lado racional através de análises e tal, mas essa história de príncipe acordando princesa com um beijo ou sei lá, são fantasiosas demais para mim. Não que não curta contos de fadas, é só uma fase de aversão que já já passa rs
-A
[…] de que quem salva a princesa é o amor da vida dela. No filme Malévola isso é posto em cheque. Já escrevi sobre essa mudança de perspectiva da Disney que considero muito positiva. O amor pode vir de quem menos esperados. O […]