Confesso que antes de ler o livro A Sutil Arte de Ligar o Foda-se, apenas com o título, imaginei que o autor Mark Manson me mostraria como levar uma vida mais suave ligando o tal foda-se. Aposto que você já pensou por esse lado também. E, claro, estávamos totalmente errados.
O livro me ensinou muito sobre escolher as batalhas que realmente importam na vida, sobre como pautar o sucesso em algo significante e até a diferença (que nunca paramos para pensar) entre culpa e responsabilidade.
Posso até dizer que Manson me fez notar o quão importante é enxergar a morte com outros olhos e conseguir perceber o sentido que ela traz para as nossas vidas.
Com isso, definitivamente, o livro A Sutil Arte de Ligar o Foda-se foi muito além de me levar a ter uma vida mais suave, isso porque ligar o foda-se para tudo não é a resposta para uma vida mais feliz. Muito pelo contrário! Cada um dos capítulos do livro me mostraram como ser uma versão melhor de mim mesma.
Por isso, resolvi listar 7 coisas que aprendi ao ler o livro e que mudaram o meu olhar sobre a vida. Aproveite!
1. Conheça os gatilhos mentais que não te levam a nada
Nas primeiras páginas do livro A Sutil Arte de Ligar o Foda-se já deu para jogar fora metade do conhecimento que adquiri em livros de autoajuda.
Mark Manson conversa muito sobre aceitação e sobre felicidade no início e, com isso, somos movidos a pensar se realmente estamos felizes ou estamos apenas falando para nós mesmos que somos. Se nos consideramos bonitos ou se estamos apenas repetindo isso em frente ao espelho até acreditarmos.
Além disso, ele consegue jogar pela janela todas aquelas frases feitas de sempre pensar positivo que atrai (quem aí lembra do livro O Poder?) que todos estamos aqui por um objetivo e que vamos conquistar tudo que sonhamos porque somos especiais.
Sério que ainda acreditávamos nisso?
Mark Manson simplesmente não joga isso nas nossas caras e vai embora, ele explica o motivo de não fazerem sentido e até, sinceramente, parece bem óbvio.
Só para você ter noção de uma dessas frases clichês, vamos para a mais óbvia: “todos somos especiais”. Agora imagine se todos nós fôssemos realmente especiais. Você concorda comigo que ninguém seria especial de verdade?
O que mais lemos nos livros de autoajuda é um esforço de ensinar a pensar sempre positivo, a sempre encontrar o lado bom de tudo e trazer esses pensamentos para você diariamente.
Já te passou pela cabeça que essa repetição de positividade talvez nunca traga o que você realmente precisa? Isso será apenas mais uma forma de fazer você se esquivar da verdade, que está bem na sua frente. Será apenas uma maneira de fechar os olhos para a realidade quando o seu interior está em pedaços.
Isso é abordado logo no início do livro e me chocou de primeira, principalmente porque colocar na cabeça que tudo estava bem, para mim, acabava perdendo o sentido na prática.
Além disso, não sou aquele tipo de pessoa positiva que inicialmente sempre fala que vai dar tudo certo. No primeiro momento eu sempre piro e penso que o mundo está acabando, só depois, quando encontro uma solução, é que fico mais calma e cheia positividade.
Saber que essa ideia de jogar positividade no universo é a maior furada, me deu um alívio que precisava confessar logo de uma vez.
2. Não tem problema estar errado
O livro A Sutil Arte de Ligar o Foda-se instaura uma nova necessidade que promete fazer a diferença para o nosso crescimento pessoal.
Possuímos uma nova tarefa agora, a de sempre estar “aberto ao erro” e não achar que tudo o que fazemos é extraordinário e diferente.
Vale colocar que é apenas mais um estudante pronto para errar na primeira esquina. Isso seria o caminho ideal para conseguirmos evoluir. Imagine que se sempre tivermos certeza de tudo, se pensarmos que sempre estamos certos e todos errados, fechamos a nossa capacidade de aprender mais e nos sentimos suficientes.
Ele entra até naquela tal história de descobrirmos quem realmente somos: será que isso vale mesmo a pena? Se descobrirmos que somos uma pessoa da paz, que está sempre quietinha no seu canto e não abre a boca para contradizer ninguém, vamos viver a vida toda querendo dizer certas coisas e não dizendo pelo simples fato de termos decidido que somos mais de não expressar opinião.
Sendo assim, descobrir quem somos e nos definir acaba por si só nos privando e limitando.
Assim como nos sentirmos totalmente inteligentes nos faz parar de aprender habilidades novas.
3. Só você é responsável pelas suas reações
Acredito que o que mais posso levar do tal ligar o foda-se que o autor Mark Manson propõe está ligado diretamente às minhas reações.
Em alguns dos contratempos que acontecem durante o nosso dia a dia, nós temos escolha. Já em outros, que não temos escolha, precisamos saber como vamos reagir a eles. Mas como assim?
Quando alguém faz um comentário negativo sobre você, por exemplo. Isso é algo que está totalmente fora do seu controle, afinal a pessoa pode dizer e pensar o que ela quiser. Mas o fato aqui é como você vai reagir ao feedback negativo. Você pode escolher ficar com raiva e brigar com a pessoa, pode simplesmente agradecer e vida que segue ou pode ouvir o que a pessoa tem a dizer e pensar se faz sentido mudar isso ou não.
Isso acontece o tempo todo comigo no YouTube, principalmente em um vídeo da série Pretty Little Liars que eu fiz antes de realmente assistir ao final da série. Por isso, vários detalhes que contei acabaram sendo revelados como mentira no último episódio e tcharan: chuva de comentários amigáveis. E o que eu faço depois de tantos meses de comentários? (Já são mais de 500 no vídeo), só começo a rir e levo na esportiva.
No início eu fiquei triste e corri atrás de tudo o que falei errado para arrumar nos comentários. E acredite, eu tive até vontade de tirar o vídeo do ar, mas adivinha? Ele é o vídeo com mais visualizações no canal e tudo porque as pessoas que viram vários erros, comentaram e aumentaram o engajamento do vídeo.
Enquanto escrevo esse texto ele já alcançou mais de 138 mil visualizações.
Se eu fosse ficar chateada e parasse de responder todo mundo, o vídeo não teria um terço do engajamento que teve. Então, bora aproveitar até a parte ruim, não é mesmo?
Minha psicóloga sempre me questionava quando eu ficava triste por algo que alguém disse e sempre repetia Isso. Assim, acabei aprendendo que as pessoas só me deixaram tristes se eu deixar. A reação sob tudo o que acontece comigo, sou eu quem decido.
4. Pare de se colocar metas pautadas em outras pessoas
Já parou para pensar em como cria as suas metas?
Eu, como blogueira, por exemplo, poderia desejar o sucesso que Chiara Ferrari tem e pautar a minha vida nisso. Afinal, ela poderia ser considerada a top blogger do momento e que conquistou muito sucesso mundo afora. Essa poderia ser a minha meta de vida, mas se eu fizesse isso, eu nunca conseguiria alcançar aquela meta, principalmente porque não é assim que se constrói uma meta de vida.
E aquela situação de só observarmos o que ela posta em redes sociais e não estarmos ali entendendo os bastidores da vida dela, nem chega nesse ponto. Na verdade, o principal motivo é não ser saudável.
Manson compartilha a história de um artista que foi expulso da banda que hoje é o Metallica. Ele passou a vida inteira pautando as suas metas de vida em superar o Metallica e ser a banda de heavy metal mais ouvida e com mais CD’s vendidos. E adivinha? Metálica está muito na frente da banda que ele criou, o Medadeth. Ele nunca baterá essa meta.
“Ah!, mas uma competiçãozinha não faz mal a ninguém!” Ah, faz sim. O artista já compartilhou em uma entrevista o quanto é frustrado na vida por nunca conseguir ultrapassar a banda que o expulsou e vai viver com esse sentimento pra sempre. E isso, com certeza, não faz ninguém mais feliz e olha que ele já conquistou muito com a banda que criou, mas nunca parece ser o suficiente.
O erro foi justamente se pautar no outro e não em uma meta sua.
Quando estamos aprendendo um novo idioma isso pode acontecer bastante. “Por que ele consegue aprender tão rápido e eu não?” Ou “Por que tudo para o outro é tão fácil e pra mim é tão trabalhoso?”.
Sim, inúmeros pensamentos podem surgir quando, na verdade, precisamos olhar para nós mesmos e entender como aprendemos para pensar em como melhorar o aprendizado. Não é se lamentar ou ficar triste e desistir. É tentar melhorar sabendo quais são as suas dificuldades.
5. Não fuja do que a morte pode te ensinar
Mark Manson traz diversas visões da morte em diferentes culturas.
Já parou para pensar se não existisse a morte e todos fôssemos viver para sempre? Sim, seria muito sem graça, muitas pessoas já teriam perdido a vontade de viver e estariam sempre nem aí para nada, sem projetar ou planejar algo novo.
Lembro de ter conversado com vocês sobre isso quando assisti ao filme Vivendo na Eternidade, da Disney. E cheguei a super conclusão que está de bom tamanho ter até possíveis um século de vida. Para que mais que isso?
No livro A Sutil Arte de Ligar o Foda-se encontramos alguns detalhes do movimento filosófico que iniciou na Grécia Antiga, o estoicismo. Segundo o autor, era preciso que quem participasse do movimento mantivesse a morte sempre em mente. Isso fazia com que a vida fosse mais apreciada e trazia como foco o lado mais humilde da população diante de adversidades.
Se formos observar também o budismo, acabaremos notando que a meditação feita por eles nada mais é do que uma forma de preparação para a morte em vida.
Uma das citações dadas pelo autor mais significativas foi de Mark Twain e era assim:
O medo da morte vem do medo da vida. Um homem que vive plenamente está preparado para morrer a qualquer momento.
Para concluir, a partir da leitura do livro, é possível entender que ao termos a consciência da nossa mortalidade, conseguimos valorizar mais o agora. Já que assim será possível eliminar valores ruins e frágeis trazidos por detalhes superficiais da vida.
Isso porque passamos a valorizar muito mais o corpo a corpo do que coisas materiais, por exemplo, a valorizar uma experiência a ter e comprar algo e por aí vai.
6. Relacionamentos saudáveis possuem conflitos
Se você pensa que todo relacionamento para funcionar precisava ser fácil e simples, não sabe de verdade o que é estar em um relacionamento.
Frase polêmica só para começar um dos capítulos mais reveladores sobre os bastidores da vida do autor, nele Manson apresenta vários detalhes sobre seus relacionamentos anteriores e, entre idas e vindas, um trecho de uma frase me chamou a atenção:
(…) achava que o amor era algo que simplesmente acontecia, que não exigia esforço e empenho.
Até eu que sou mais boba bem que ia querer um amor fácil assim, mas isso não existe. Amar alguém é difícil, requer equilíbrio, força de vontade e muito, muito empenho mesmo.
O autor também já passou por relacionamentos saudáveis e outros mais tóxicos e aposto que você já deve ter vivido uns assim também. Mas o importante mesmo é entender o que aprendeu com eles e repetir o que deu certo. Mas como faço para buscar um relacionamento saudável?
O fato é que não existe uma fórmula mágica e sim uma palavrinha bem básica: não.
Quando os relacionamentos começam a nos anular e os valores de um começam a dominar o do outro, entramos em uma espécie de relação tóxica. Sendo assim, segundo Mark Manson, é uma relação começa a ser baseada em manipulação e distorção o que faz com que o casal não consiga expor as suas diferenças.
Os pontos mais importantes destacados pelo autor sobre relacionamentos são:
- Ser diferente é importante,
- Saber dizer não também e
- Não se anular por ninguém (muito menos pelo amor da sua vida).
Outro ponto forte em um relacionamento saudável é a presença da confiança. Isso é colocado como o básico para a sobrevivência de qualquer relacionamento e é a maior verdade de todas.
7. Se não sabe por onde começar, apenas comece
Outra parte do livro que fez mais sentido para mim foi referente a de querer fazer algo e nem sempre saber como começar.
Mark Manson mostrou com apenas algumas páginas que se você não sair do lugar e começar, nada será feito. Já parou para pensar naqueles dias em que você tinha zero de inspiração, mas precisava fazer um relatório ou um e-mail no trabalho. O que você fez?
Aposto que chegou para o seu chefe e disse: “Não rolou, zero de inspiração.” Óbvio que não.
Você sentou sua bunda na cadeira e ficou ali até terminar tudo o que tinha para fazer. Certo? E conseguiu.
Uma das dicas que Mark Manson dá é justamente essa: comece. Mesmo que seja fazendo as partes mais básicas para depois se aprofundar.
Mark Manson cita um dos conselhos do seu professor:
Se você está empacado num problema, não fique parado pensando, comece. Mesmo que não saiba o que está fazendo, o simples ato de entrar em ação e tentar solucionar o problema vai acabar fazendo as ideias certas parecerem na sua cabeça.
Espero que tenha curtido todos os aprendizados para levar para a vida que consegui tirar do livro A Sutil Arte de Ligar o Foda-se.
Acredito que quem leu também deve ter aprendido e reparado em outros mil e um detalhes, então, a melhor hora chegou: mande nos comentários o que aprendeu e vamos compartilhar experiências.
Curtiu a resenha e deseja comprar o livro? Vale dar uma olhada aqui: A Sutil Arte de Ligar o F*da-Se: Uma estratégia inusitada para uma vida melhor
Até o próximo post!
Beijos,
-Aninha Carvalho