É, eu sabia que isso iria acontecer, só não imaginei que aconteceria com menos de duas semanas depois do lançamento do meu primeiro diário. Não sei se as pessoas entendem isso, muitas vezes apenas queremos que elas não nos entendam, mas não tem como explicar de uma maneira mais sutil o que aconteceu: meu diário virou meu passado.
Comecei a escrever em 2010 e os textos vão até 2015, nesse intervalo de tempo aconteceram diversos momentos decisivos em minha vida tais como amores, desencontros, distância, novos amores e partidas. Mas tem como dizer que eles não existiram?
Quando comecei a namorar, na época em que comecei a escrevê-lo, fantasiava muito o que seria um romance e via como uma história de contos de fadas. A real é que eu quebrei a cara. O que era para ser o príncipe virou meu pior pesadelo e o que eu fiz foi fugir desesperadamente dele. E eu confesso que tive uma ajuda.
Tá, eu já tinha tentado dar um basta nesse relacionamento outras vezes, foi bem pingue-pongue mesmo, mas surgiu alguém no meu caminho que fez valer a pena, que me deu um novo horizonte, uma nova possibilidade de futuro que eu quis para mim. Por que não me arriscar?
Pode parecer a maior loucura do mundo trocar um relacionamento de anos por algo que pode não dar certo. OK. Mas não foi isso que esse relacionamento novo me mostrou. Tudo dava certo até demais. Só haviam vantagens em apostar todas as minhas fichas nele. Foi o que eu fiz.
Quem aí já terminou um relacionamento? Então, talvez conheça a fase em que tudo te lembra a pessoa e que não consegue parar de pensar nela, ou em querer ligar e ver se está tudo bem. Ou até daqueles momentos de relembrar e rever apenas os momentos positivos.
Eu tive isso. Muito. O meu primeiro diário mostra isso. Mas o interessante é que eu passei todos esses momentos ao lado de alguém que eu estava conhecendo, me apaixonando e eu tinha que me segurar para não magoá-lo.
Essa foi a pior parte. Eu não tive o meu momento sozinha para repensar tudo que havia vivido, tudo que errei, que fiz certo, que fui iludida, que falei besteira e que, de certa forma, aceitei aquele último retorno a um relacionamento que já estava esgotado.
Retornei em minha mente diversas vezes para o momento decisivo em que eu dizia que queria voltar, mas que em minha mente eu gritava enlouquecida um enorme NÃO, que de fato só aconteceu em meus pensamentos. Confesso, que adoraria ter dito em voz alta. Mas não aconteceu e aquele momento de rever tudo aquilo e pensar que poderia ter sido diferente não saía da minha mente. O “não” ficou só comigo.
Eu escrevi tudo, todos os momentos que estive feliz ao lado do meu ex., os momentos em que terminamos e eu fiquei triste por isso. Deprê mesmo. Relembrando. Tentando fingir que não vivi uma ilusão. Até meus amigos ficaram preocupados se eu estava bem, me chamavam para conversar. Mas tudo são fases. Depois passou. Tudo passa. E finalmente segui em frente.
Mas meu atual namorado, não. Hoje fazem menos de duas semanas que o meu primeiro diário foi lançado. O problema é que algumas pessoas do círculo de amizade dele compraram o meu diário e começaram a achar que parariam de ler porque não era uma história de romance minha e dele. Eu me pergunto: por que não fechou o livro e deu para outra pessoa ler?
Na literatura é assim, quando começamos a não gostar de um livro ou de um texto nós paramos de ler. Isso deveria ter acontecido. Se não te agradou, pare. Se este texto não está te agradando agora, pare. Eu não quero obrigar ninguém a ler, mesmo que seja alguém que eu conheça e que se ache na obrigação, por favor, não.
Tudo que escrevi até agora foi porque me senti a vontade para ressaltar o que estava sentindo, se em 2010 eu escrevi que iria casar e ter muitos filhos com uma pessoa, mas esse relacionamento acabou e estou em outro, não tem porque ficar remoendo esse relacionamento que acabou. Só para ressaltar: ACABOU. END. PONTO FINAL.
É complicado escrever um diário e divulgar para todo mundo ler. São meus sentimentos, sou eu ali. É o que eu vivi. É a minha vida e não tem como mudar. O que o meu namorado deveria entender, é que eu tenho várias páginas em branco esperando para ter histórias maravilhosas, basta ele querer.
Algumas vezes, apenas temos que entender que virou passado.
-A
3 Comments
oi aninha,acabei de entrar no seu blog e já estou amando,você escreve muito bem,igual a mim,não querendo me gabar,mas eu falo assim mesmo, ja estou doida pelo seu livro,eu também sou blogueira,escrevo,faço vlog etc,passa lá para conhecer e parabéns pelo lindo trabalho.
http://www.conectmoon.blogspot.com
http://www.youtube.com/nayaraxavier100
Sucesso Nayara, espero te encontrar mais vezes aqui!
Beijos!!
[…] A segunda fase foi a pior de todas. Comecei a pensar na responsabilidade de ser escritora e me deu aquele friozinho só de pensar em fazer besteira. O conteúdo do livro me rendeu várias noites mal dormidas também. Quem já leu o Diário deve ter notado que estou bem novinha e em poucas partes do livro estava com o meu atual namorado. Ele às vezes não compreendia que aquilo tudo que vivi estava no passado e isso me magoava muito. Até depois do lançamento isso aconteceu (escrevi sobre isso aqui no blog já). […]