Prestigiar filmes brasileiros que fogem da comédia sempre será algo interessante e surpreendente para mim. Não sou uma amante horror. Mas, mesmo assim, fiquei muito curiosa para assistir ao filme O Rastro, do diretor e ator Jonathan Feyer. Por isso, separei 7 coisas que você precisa reparar quando for assistir.
1. História de O Rastro
Muito mais do que uma crise na saúde, o filme O Rastro faz uma crítica à situação política. O longa se passa no Rio de Janeiro, durante uma época complicada em que a saúde está em cheque e é preciso fechar um hospital. A confusão começa quando precisam transferir todos os pacientes internados de hospital bem antigo para outro local. Isso porque um dos pacientes, uma garotinha chamada Julia, simplesmente desaparece.
O ex-médico, João, interpretado por Rafael Cardoso, que coordena a transferência, tenta encontrar os tais rastros, que ele acredita serem da menina, para descobrir onde ela está. Mas o que ele nem imagina é que os tais rastros o levarão para um caminho sem volta e que vai muito além do sumiço da jovem.
Com isso o ponto alto da história é entender que a trama principal, de encontrar a Julia, é só algo complementar à tudo que está acontecendo no Rio de Janeiro. A história mesmo é mais uma assombração política do que sobrenatural.
2. Personagens
Leandra Leal fez um trabalho brilhante interpretando a esposa grávida do ex-médico. Acredito que o envolvimento dela poderia ter enriquecido muito mais a trama. Mas isso não se perde no final, já que ela acaba se envolvendo também na procura para entender o que acontecera no Hospital.
Se formos imaginar, existem várias tramas acontecendo ao mesmo tempo no filme, em que a história dos personagens em si acabam não sendo muito trabalhadas. É possível entender que uma das médicas do Hospital, interpretada pela atriz Claudia Abreu, tem algo escondido, mas a interpretação do que seria surge muito mais misteriosa do que concreta.
3. A menininha internada
Antes do Hospital ser fechado uma última paciente é internada. O problema é que ninguém por lá conviveu com a jovem, que, após o ex-médico visitar, também sumiu do mapa. Isso porque ao conversar com uma enfermeira, ele descobre que a jovem não havia passado a noite por lá.
Mas a questão é que a procura pela Julia afetou de maneira tão enlouquecedora o ex-médico, que, por fim, não sabemos se a jovem existia ou não. Se era loucura ou não. Mas quando ele encontra uma pulseira da menina e quando, logo no início, em uma reunião, eles apresentam a carteira de identificação da jovem, é possível entender que ela realmente existia. Mas nos perdemos no momento em que não sabemos se ela é real, se ela já foi, quando ela passa a não ser e o que aconteceu com ela, já que não fica nada explicado.
4. Nome do filme
O nome do filme pode trazer várias interpretações. Uma seria a da menininha que assombra o local já que precisam sempre encontrar rastros, detalhes, investigar mesmo até encontrar uma possível solução ou entender o que estava acontecendo. E o significado de rastro também viria para o fato de terem rastros do que estava acontecendo de errado no Hospital e o ex-médico encontrar enquanto procura pela jovem.
Além disso, como a situação toda era complicada, O Rastro poderia ser denominado assim para indicar que quem tentava descobrir toda aquela situação era descoberto e morto para não deixar rastros. Ou até mesmo para a própria assombração que aparece mais como uma sombra pela parede, um rastro.
5. Envolvimento da prefeitura
Filmes brasileiros que não fazem uma crítica à atual política no país são difíceis de encontrar. No filme O Rastro, que parecia inicialmente ser uma trama assombrada veio à tona com um teor crítico também. Ao longo do filme você entenderá que uma possível explicação para toda a confusão seria o envolvimento da política com o hospital. E, claro, corrupção.
6. Efeitos sonoros do filme O Rastro
Confesso que em um certo momento eu comecei a acreditar que o filme deveria se chamar “O Grito” e não “O Rastro”. Já que a assombração da menininha gritava de uma maneira até escandalosa algumas vezes. Mas os efeitos sonoros foram cruciais para dar o suspense desejado ao filme. Isso porque o que o ex-médico ouvia transparência por toda a sala de cinema.
E era uma ambientação muito bem feita, já que tinha uma porta bem ao meu lado do cinema e eu estava começando a achar que os barulhos que ele ouvia vinham de fora da sala. (Sim, realmente, eu não sou uma das mais indicadas para ver filme de terror, já que morro de medo). Mas acho que é essa a ideia em si, sentir medo. Sentir esse sentimento de adrenalina e tensão ao mesmo tempo. A ambientação sonora feita pelo filme, apesar de alguns sustos serem premeditados, é sim muito bem feita.
7. Fotografia do filme
Adoro observar os planos em cada uma das cenas de um filme. A quantidade de movimento, de mudança de direção, tudo isso me deixa ainda mais fascinada com a história. O filme O Rastro não deixou a desejar neste quesito. Já que a escolha da fotografia, o trabalho que tiveram em cada uma das cenas, a iluminação, tudo foi muito bem feito e merece um aplauso por isso.
Se você está com receio de ir ao cinema por ser uma produção brasileira, pode deixar isso de lado. É claro que o roteiro deixa algumas falhas que, se for enumerar por aqui deixarei muitos spoilers. Mas o fato é que, essas falhas, acabam deixando uma dúvida, o que faz com que o filme fique em nossas cabeças por um tempo. E chega a ser interessante, já que vamos tentando juntar os elementos da trama e tentando entendê-la. Já que o filme não dá a história completa do que aconteceu.
Já assistiu ao filme O Rastro? Mande nos comentários o que achou!
Até o próximo post,
Beijos
-Aninha Carvalho
Comment
Confesso que nao entendi nada , mas isso já era esperado ,nao gosto de filmes Brasileiros pois nunca entendemos o final , pra nao dizer o filme todo …..