O segundo livro da saga Lúmens, de Tiago Leão, Escarlate, me surpreendeu. Posso até dizer que existiu uma evolução enorme do primeiro para o segundo livro. Isso se deu tanto pelo crescimento dos personagens e de uma aventura ainda mais emocionante, até do jogo de palavras e da contextualização dos momentos. Eu me senti em Lúmens e vivendo tudo aquilo que os três amigos – Luísa, Bernardo e Milo – viveram.
Diferente do primeiro livro que terminamos com o coração nas mãos, nesse há um final estilo conto de fadas em que, finalmente, viveram felizes para sempre. Isso tudo, claro, até o próximo livro da saga, já que não conseguimos ficar com uma única ideia de como ele retornará. Está tudo muito velado.
No início deste ainda estávamos com 50% de chance de acerto: ou Milo morreria ou ele estaria vivo. O livro começa contextualizando justamente isso. E nos traz de presente uma cena incrível em um barco no mundo dos mortos. Uma verdadeira prova de que a amizade dos três seria capaz de ultrapassar a barreira entre a vida e a morte. E, claro, vencê-la com a ajuda das pedras da lua.
Por isso, decidi tirar a foto do livro com uma imagem de um barco atrás. Já que, se essa cena não tivesse ocorrido, a história de aventura deles não seria a mesma. Afinal, foi ela que aflorou ainda mais a amizade deles.
Quem é ele?
O mais impressionante e intrigante ao mesmo tempo foi a reviravolta de um dos personagens. Ao invés dele estar ao lado dos Guardiões das pedras da lua, ele estava ao lado do Senhor das Máscaras. Mas, ao longo do livro, até esse momento de descoberta, algumas atitudes, falas e ações desse personagem ficaram muito óbvias de que ele era um fingido. Tanto que em alguns momentos os próprios jovens duvidaram da amizade dele.
No início eu não quis acreditar e fiquei imaginando o personagem preso em uma torre enquanto outro se passava por ele. Mas nada disso aconteceu, só me fez pensar no quanto achamos que conhecemos as pessoas e no quanto elas podem nos surpreender depois para pior. Mostrando seu lado mais terrível e que nunca fora revelado antes.
Me senti em uma história retratada entre Deus e o Diabo, aquela em que o anjo decide ter mais poder e é jogado para fora do céu, tornando-se o ser mais malicioso de todos. Porém, este, do livro Escarlate, se joga para fora do céu a fim de ganhar “um poderzinho a mais” e ainda continua se submetendo às ordens de outro todo poderoso. E o pior, finge continuar a favor do tal “céu”.
Estupidez? Acredito que quando seres assim querem mais poder e mais visibilidade, acabam atacando para todos os lados. Sem nem pensar se isso realmente valeria a pena.
É como na história da Malévola em que o seu amor a trai por ganância e poder, sem pensar em tudo que estava perdendo ao fazer isso. Escolhas da vida: alguns sabem fazer, outros tentam, mas nem imaginam que seja algo tão “sem volta”. Mas é.
Em perigo no livro Escarlate
O segundo livro da saga tem muita aventura. Os três amigos passam por situações perigosas a maior parte do tempo e isso traz muito ritmo à história.
Os três ainda encontram uma nova amiga para o grupo, uma índia da aldeia dos Atiara, a Janis. Ela acompanha e ajuda o grupo na maior parte do livro. No início ela parecia uma personagem mais “bobinha” e “tímida”, mas depois se solta e cresce muito ao longo do enredo.
Acreditava que tinha grande possibilidade dela voltar para essa aventura com eles nos próximos livros. Mas algo nos finalmente, me fez mudar de ideia, já que agora ela terá muito mais responsabilidade sobre sua aldeia e não deve conseguir sair com tanta frequência mais.
As histórias por trás de Lúmens são mostradas em Escarlate
Eu entendo que cada detalhe do momento, cada diálogo, cada história contada ao longo de um livro, possuem um significado. Seja para explicar o lado emotivo do personagem, contextualizar e, claro, uma hora toda a história acaba se encaixando. Isso acontece demais em Escarlate, principalmente quando conhecemos a história de terror do Senhor das Máscaras e o romance de Henry pela lua.
A segunda tem uma mistura de Romeu e Julieta que deixa tudo mais triste. Sem a parte da família odiar o relacionamento e dos dois morrendo. Ok, talvez não tenha muita ligação, é só um jeito de avisar que é bem triste.
Já a primeira nos deixa enojado com o quanto um ser pode se aproveitar tanto da bondade do outro. Como alguém é capaz de viver sempre subindo por cima e tirando tudo o que pode. Tudo isso sem ter arrependimento algum.
A grande guerra
Desde Lúmens que estamos esperando por esse momento, já era preciso para entendermos o que o senhor das máscaras queria o tempo inteiro e claro que ele fez a sua cena de vilão e contou todo o plano mirabolante dele.
Cada momento dessa guerra fora milimetricamente descrito e, acredite se quiser, até dragões estavam no meio. O mais legal foi que estava lendo enquanto assistia também aos episódios de Game of Thrones, então acabei imaginando com muito mais detalhes os dragões.
O nome desse segundo volume do livro, Escarlate, foi contextualizado quase no final da trama. Isso porque tudo se encaminhava para uma grande guerra em que a própria lua sangrava, deixando todo o céu vermelho, o céu de escarlate.
Conclusão
O livro te faz entrar nessa aventura com os jovens, o que é muito divertido. Ele usa das relações de amizade para firmar o tempo inteiro o quanto os guardiões são melhores amigos. Mas depois eu fui parar para pensar e lembrei: poxa, como assim surgiu uma amizade dessas só em Lúmens? Será que eles continuarão amigos quando voltarem para casa?
Então, Luísa pediu para que eles andassem juntos na escola. Obrigada!
Só espero que apareça consequências dessa viagem deles na volta para casa, sabe? Como se fosse um efeito borboleta, em que as tomadas de decisões deles em Lúmens, deixassem marcas. Como o Milo ter uma cicatriz onde foi ferido ou o Bernardo ter algum trauma de piscina e a Luísa ser mais corajosa com os animais.
Mas eu queria mesmo ver uma relação deles do lado de fora. Fiquei encucada por não saber se Bernardo falaria algo perdoando o pai quando voltasse, por exemplo. Ou se eles se protegeriam tanto assim fora de Lúmens.
Além disso, estou curiosa para saber o que o Senhor das Máscaras aprontará. Já que, com certeza, uma hora ele aparecerá de novo.
Outro ponto importante são as pedras da lua. Se elas eram tão importantes, como eles farão agora para proteger Lúmens sem elas?
Pelo visto ficaram muito detalhes pela frente para serem explicados e eu fico aqui aguardando o próximo livro.
E, aí? Você já leu o livro Escarlate, da saga Lúmens? Mande nos comentários o que achou e se tiver alguma dúvida sobre o livro, pode mandar também. Assim consigo juntar várias perguntas e fazer todas para o autor, o Tiago Leão! Já pensou?
Se você quer ler a resenha do primeiro livro e as entrevistas que fiz com o autor, é só clicar nos conteúdos abaixo:
- Resenha: A Fabulosa Terra de Lúmens
- Papo de Escritor: com Tiago Leão Barbosa, o novo escritor mineiro do mundo fantástico
- Temática sobre Jovens Escritores em que entrevistei o autor do livro, no programa Quarta Capa da PUC TV Minas
Espero que tenha gostado da resenha de hoje. Eu tentei ao máximo não contar muito spoiler, mas acredito que já respondi várias dúvidas que ficaram para trás no primeiro livro.
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Beijos,
-Aninha Carvalho
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