Preciso fazer uma pergunta séria para você: nas suas últimas férias, você descansou de verdade? Ou marcou um voo para conhecer um país diferente e, simplesmente, ficou correndo de uma cidade para outra? Se você se identificou com a segunda resposta, precisa conhecer um movimento chamado slow travel, viagem lenta em português, e entender os benefícios que essas viagens podem trazer.
Neste conteúdo, resolvi compartilhar um pouco do que esse movimento significa e propõe e o motivo pelo qual você deveria tentar, pelo menos uma vez, trazer esse estilo de viagem para as suas férias.
O que significa slow travel?
Quem é ligado à moda, já deve ter ouvido falar no slow fashion, que contrapõe o fast fashion, e traz uma moda mais sustentável.
Já para os alimentos, acontece o mesmo. Assim como temos o fast food, lembre-se aqui do Mc Donalds, por exemplo, temos também o slow food, uma culinária mais preocupada com a qualidade dos alimentos e a forma de preparo.
Agora, o termo chegou ao turismo e propõe dar um ritmo mais lento às viagens, mas por uma boa causa.
Você já sentiu que voltava das suas viagens mais cansado do que tinha ido? Não parava em nenhuma cidade mais de 2 dias e, mesmo assim, só passeava nos pontos turísticos sem conhecer, realmente, a cultura do local?
Tenho certeza que sim.
Por muito tempo, nós achávamos que viajar era isso. Aproveitar ao máximo 15 dias em um país diferente. Conhecer cada cantinho sem nem ao menos refletir sobre nada ou conhecer as pessoas que vivem ali e sua cultura.
Daí surgiu a viagem lenta ou Slow Travel
A ideia é conseguir se conectar com o local para o qual está indo, entrar em contato com a natureza, deixar de lado passeios convencionais e se desconectar até das redes sociais.
O termo em inglês “slow”, significa “lento” em português, por isso, as paradas nas viagens, em cada cidade que for conhecer, precisam ter, pelo menos, três dias de duração ou o tempo que achar necessário para conhecer melhor o local.
A ideia é que você se sinta ali, se sinta presente, observe o movimento da cidade, como tudo funciona, aprecie mais a conversa com quem está viajando com você do que compartilhe tudo nas redes sociais.
O Slow Travel é uma viagem para nos fazer lembrar quem realmente somos e do que gostamos. É para tentar coisas novas que nunca fizemos e, realmente, estar presente naquele local.
O que o slow travel traz de melhor para o turismo?
É claro que algumas tendências não surgem à toa. O Slow Travel propõe sim um aproveitamento melhor das cidades em que você viaja e o que isso traz de bom para o mercado do turismo, então?
Existe um dado, apresentado na reportagem do G1 sobre o Slow Travel, que apresenta o dado de que a França teria grande interesse em todo o potencial existente no slow travel.
Consegue imaginar o motivo?
Quando você pensa em França, o que logo em seguida vem em sua mente? A Torre Eiffel, exatamente. Aposto que você já pensou em viajar para a Europa e dar uma passadinha por lá bem rápida, não é mesmo?
Para você ter uma ideia, em 2018 a França recebeu mais de 89,4 milhões de turistas, segundo o instituto INSEE. E, claro, está no topo dos países mais visitados no mundo, de acordo com a Organização Mundial do Turismo, OMT.
Mas não para por aí.
Se as pessoas ficassem mais no país, aproveitassem ao máximo as possibilidades do local, faria com que a França, que já recebe muitos turistas, ganhasse dinheiro com os mesmos turistas por mais tempo. Entende? Por isso estão olhando com tantos bons olhos para o turismo lento.
É preciso entender os dois lados da moeda. É claro que para nós, turistas, é uma forma de usar as férias para descansar além de conhecer um local novo. Mas precisamos entender que para o Turismo local em si, também é um grande negócio.
Por que fazer uma viagem mais lenta?
Separei 6 motivos para você querer transformar a sua viagem em uma slow travel. Vai por mim, você vai se apaixonar por esse estilo de vida.
1. Para ter mais tempo para refletir sobre a vida
O primeiro motivo para querer fazer uma viagem mais lenta é o autoconhecimento. Com a correria dos nossos dias, fazer uma viagem que nos faça refletir mais, faz toda a diferença.
Por isso que a viagem lenta é também conhecida como uma filosofia de vida. Já que nos faz olhar mais para nós mesmos, para o ambiente ao nosso redor e ainda nos faz aproveitar a vida com um pouco mais de calma.
2. Experimentar mais
Se pararmos para pensar em todos os turbilhões de informações que recebemos sobre os locais que visitamos, ter um tempo para não só escutar, mas viver essa cultura, faz toda a diferença.
Quer ver só? É muito divertido ir ao museu e conhecer um pouco a história dos índios, mas ir até uma tribo e participar da cultura deles, é uma outra experiência. Entende?
3. Se desconectar a partir de uma viagem lenta
Depois que o Instagram começou a contar a quantidade de horas que passo usando o aplicativo, já estou pensando em passar uns dias desconectada. Por isso, a viagem lenta pode ser uma ótima alternativa para se desconectar das redes sociais e, a partir daí, levar a vida com menos stories.
Eu sei, pode parecer ilógico ficar sem usar as redes sociais por mais de 5 horas, mas, vai por mim, se sentirá muito mais conectado com você mesmo, com o que está sentindo e com o local que está.
Ah! Sem contar que o seu parceiro de viagem, sentirá que você está bem mais presente.
4. Sair do convencional
Quando desejamos conhecer um país, logo vem a busca no google: “pontos turísticos na França”, por exemplo.
Acabamos repetindo os mesmos passeios de todas as pessoas que vão para aquele lugar. E, preciso te contar, muitas vezes esses locais nem são lá grande coisa.
Lembro que compartilhei no Instagram sobre uma viagem que fiz para o Rio de Janeiro, em que resolvi visitar um ponto turístico que todo mundo ia e, adivinha? O local era, simplesmente, um ponto turístico de foto. As fotos eram tiradas sempre no mesmo local, tinha até fila para tirar foto.
Se você já foi ao Parque Lage, no Rio de Janeiro, sabe bem do que estou falando.
Sim, fiquei bem triste com isso. E, a partir de então, passei a correr de pontos turísticos.
Essa pode ser uma boa alternativa para você, já que o slow travel propõe experimentar algo novo, um mergulho em um local pouco visitado, uma viagem de barco, passeios mais alternativos em que você se conecte mais com a natureza e você mesmo.
5. Parar mais tempo nos lugares com uma viagem lenta
Nada de viagens rápidas em que você não fica mais de um dia numa cidade, não é bem assim. O ideal no slow travel é que você pare, pelo menos, uns 3 dias no local e aproveite ao máximo tudo o que ele pode te oferecer.
Passeie mais tranquilo nas ruas, veja o movimento da cidade, se sinta em casa.
Sem pressa, sem correria, sem precisar correr de ponto turístico a ponto turístico para pensar que conheceu tudo, quando, na verdade, apenas foi procurar lugares bonitos para suas fotos nas redes sociais.
Viagens são mais que fotos, são experiências novas que vivencia no local. Acredite, essas experiências fazem muito mais parte da sua história do que uma foto guardada na sua galeria.
6. Ter tempo para aprender uma nova língua
Algo que tem passado muito pela minha cabeça é fazer um intercâmbio para um local que fale espanhol, já que é o idioma que estudarei este ano.
Já encontrei algumas passagens que incluem paradas em Montevideo (Uruguai), Buenos Aires (Argentina) e depois Santiago (Chile). Sendo uma semana nos dois primeiros e duas em Santiago.
A ideia seria estudar espanhol em Santiago, no Chile, em uma escola de idiomas, por duas semanas. Fazer intercâmbio é uma forma incrível de se conectar com o local, se sentir um morador e fazer parte da rotina da cidade.
O slow travel propõe uma imersão no local e nada melhor do que um intercâmbio para que seja completa. Por isso, aprender um novo idioma é muito o estilo do slow travel. Aposto que gostou da ideia, não foi?
Agora me conta, o que achou desse novo estilo de viagem lenta, slow travel? Está pensando em fazer uma viagem mais lenta em suas próximas férias?
Até o próximo post,
Beijos,
-Aninha Carvalho
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