No “Conversando com escritores” de hoje falaremos com Graciela Mayrink, autora de livros como “Até eu te encontrar” e “A namorada do meu amigo”. Ela contará um pouco sobre a sua inspiração na hora de escrever os seus livros e do seu carinho especial em descrever as cidades do interior de Minas Gerais. Ela também nos contará um caso que rolou com um dos leitores do livro “A namorada do meu amigo” e claro, nossas queridas dicas para quem está começando a escrever agora.
Diário da Aninha Carvalho: De onde surgiu a inspiração para criar os livros “Até eu te encontrar” e “A namorada do meu amigo”?
Graciela Mayrink: O “Até eu te encontrar”, a primeira ideia que veio na cabeça foi usar a universidade de Viçosa, aqui de Minas, eu estudei lá e gostaria de escrever uma história que passasse lá. E depois de ter a ideia da universidade começou a vir a história da protagonista, de uma pessoa que chegasse lá e tivesse que se adaptar a cidade, a vida de estudante e os amigos que ela começou a fazer. E nisso surgiu rapidamente a trama, as subtramas e os coadjuvantes. Da “A Namorada do meu amigo” a primeira inspiração foi dos três mosqueteiros, que eu amo os Três mosqueteiros desde pequenininha, e eu queria fazer uma história onde três amigos fossem muito, muito unidos e algo abalasse essa amizade. E o que abala é que um se apaixona pela namorada do outro.”
Diário da Aninha Carvalho: É a sua primeira vez que participa aqui da Bienal ou já veio outras vezes?
Graciela Mayrink: Na Bienal de Minas, sim, é a primeira vez, eu já fiz Rio, São Paulo, Bahia, Pernambuco. Mas eu já estava doida para fazer Bienal em Minas porque os meus dois livros se passam em Minas, então eu tenho muito interesse em eventos aqui.
Diário da Aninha Carvalho: As pessoas comentam com você que tem uma identificação com o livro, por exemplo, as que moram aqui em Minas?
Graciela Mayrink: Eu já morei em Minas, minha família é toda Mineira, então eu tenho muita identificação muito forte com o lugar. Eu gosto quando as pessoas falam que leram e se sentiram realmente em uma cidade de Minas, que os mineiros falam que eu consegui captar a essência da cidade do interior daqui. Pra mim é uma realização, eu me sinto completa quando as pessoas se identificam mesmo com os personagens e a história.
Diário da Aninha Carvalho: Qual foi a melhor experiência que você teve com alguém que leu o seu livro?
Graciela Mayrink: Foram várias, de gente que fala que já passou por isso, mas acho que uma das experiências que me deixou bem, não vou dizer feliz, mas que eu senti que o livro um pouco cumpriu a missão, foi quando eu e a editora divulgamos a sinopse da “A Namorada do meu amigo”, muitas pessoas escreveram para mim falando que já passaram por isso, seja no papel da pessoa que se apaixonou pelo namorado ou namorada, seja da menina ou do garoto da namorada que está dividido entre os dois amigos, ou seja no lugar do traído. E teve um que estava no lugar do traído que me escreveu e falou que depois de ler o livro ele começou a olhar todo o incidente que aconteceu na vida dele com outros olhos. Ele começou a entender o lado dos outros dois e é o lance da identificação. Mas assim, tem leitores que são muito fofos, que chega e fala que já leu, já leu não sei quantas vezes o livro. Tem uma menina lá no Rio que já leu o “Até eu te encontrar” quinze vezes, ela já leu mais do que eu o livro. Sabe de cor e salteado o que acontece. Esse retorno é a melhor coisa.
Diário da Aninha Carvalho: E o que você daria de dicas para alguém que está começando a escrever agora?
Graciela Mayrink: A dica mais importante que eu dou para todo mundo é para não ter pressa, porque eu sinto que o novo autor, principalmente quando é muito jovem, eles tem muita pressa para escrever e muita pressa para publicar, e a carreira de escritor é uma carreira que você não pode ter pressa, tem que ter muita paciência. É escrever com calma, um grande romance você não vai escrever em uma semana nem um mês, precisa de meses, às vezes até anos, e para publicar também é uma coisa demorada. As editoras demoram a dar resposta, seja positiva ou negativa, então você não pode querer atropelar, tem que dar o tempo. Eu terminei de escrever o “Até eu te encontrar” em 2009 , só consegui publicar ele pela primeira vez em 2011, ele foi relançado em 2013. Então, eu fiquei muitos anos só trabalhando ele, então tem que ter muita calma. E outra dica muito importante é ler, ler de tudo, se você escreve romance você não tem que ler só romance , tem que ler policial, fantasia, pra ampliar os horizontes, ajuda na criatividade. E é o que eu falo, ler muito e ler de tudo, porque eu digo, quanto mais você lê melhor você escreve.
Hoje conversamos com Graciela Mayrink autora dos livros “Até eu te encontrar” e “A namorada do meu amigo”. Amanhã terá uma entrevista com a autora dos livros “A Casa de Isabel” e “Blog da Clara“.
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