Aquele momento em que você termina uma série e pensa: que série foda! Você fica uns minutos em choque tentando assimilar tudo o que aconteceu e simplesmente se convence de que foi a melhor série que assistiu durante todo o ano de 2018 e pode até ser porque “Você” te tocou profundamente e se lembrou de algo que aconteceu contigo, mas também porque foi genuinamente feita de forma sutil e muito natural. Como assim?
No conteúdo de hoje vamos conversar sobre o que acontece na série nova da Netflix chamada Você e porque não devemos confiar cegamente em todas as pessoas (bem polêmica assim mesmo) e vamos entender o que há de errado com Joe.
O conteúdo de hoje possui spoilers da primeira temporada da série Você. Se ainda não assistiu, confira o trailer nos próximos tópicos e guarde a página nos seus favoritos, assim, quando terminar de assistir, volte para conversarmos sobre. Combinado?
Beck: a encantadora de corações
A série Você se passa em Nova Iorque, local onde Beck planeja realizar o seu maior sonho de se tornar escritora. Ela já fez faculdade de literatura e agora está empenhada no mestrado. Em meio às suas buscas por livros, encontra a livraria onde Joe é o gerente. Ela joga um charme, dá um jeito dele saber o nome dela e ele logo se encanta.
E o que se faz quando uma pessoa encontra outra e descobre o nome dela? Isso. Procura nas redes sociais. E foi justamente o que Joe fez. Ele procurou tão profundamente que acabou encontrando o endereço de Beck.
O mais bizarro é que ela mora no primeiro andar de um prédio e as janelas dela são transparentes demais para serem reais. Como alguém aguentaria viver assim tão exposto? É fato que do lado de dentro não parece que as pessoas na rua podem a observar tão atentamente, mas de fora, a vida dela se transforma em um livro aberto.
Mas a série Você, por mais incrível que pareça, não é sobre a Beck, personagem interpretada por Elizabeth Lail, ou sobre suas amigas ricas e mimadas que uma é interpretada pela atriz Shay Mitchell (Sim, a atriz que faz a personagem Emily na série Pretty Little Liars. Se está com saudade da personagem, já aviso que ambas são completamente diferentes), a série Você gira em torno de Joe, interpretado por Penn Badgley, que fez o Dan na série Gossip Girl.
Passado de Joe
Joe vivia em um orfanato e depois foi amparado pelo dono da livraria, que não era um homem tão generoso assim, porém ensinou duas coisas essenciais para Joe.
A primeira delas é bastante culta, já que o mostrou o valor da literatura, mesmo que de uma forma bem controversa, já que prendia o jovem em um cômodo de vidro até que lesse todos os livros das prateleiras.
O segundo ensinamento foi o mais bizarro. Ele ensinou para Joe que algumas pessoas simplesmente merecem morrer. What? Seja lá o que isso significava para ele, passou a Joe de uma maneira bem complexa de explicar.
Veja o trailer da série abaixo:
Relacionamento misterioso
Antes de conhecer Beck, Joe passou por um relacionamento complicado. Como não surtar depois de uma traição, não é mesmo? O seu amor se chamava Candance e era cantora. Porém, um belo dia, ela resolveu o trair com um empresário da gravadora. Tudo isso para conseguir mais grana ou, possivelmente, um contrato ou porque não queria mais o Joe, vai saber. O lado triste foi que a Joe descobriu… E da pior forma, já que viu os dois se beijando.
O mais engraçado de tudo isso é que fica uma lacuna ali entre entender a razão dele ter ficado tão obsecado e triste com a traição e o que aconteceu no passado dele. Será que tem mesmo ligação? Por que começar a expressar esses terríveis pensamentos (e atos) tão mais tarde na vida?
O fato é que ficamos sem saber o que realmente aconteceu com Candance até que temos um episódio completo sobre ela. E ficamos ainda mais chocados sobre o quão estranho era aquilo tudo.
Mas ok, Joe parece ter superado a Candance quando encontrou Beck, mas adivinha? Todos os medos do outro relacionamento permaneceram, tanto que ele acaba roubando o celular de Beck para vigia-la.
Enredo da série Você
A série parece ser dividida em várias partes. A primeira delas sendo o início da obsessão por Beck. A segunda quando começa a ser mais íntimo e amigo dela. A terceira quando prende o “namorado” rico dela. A quarta quando começa um namoro fofo com Beck. A quinta quando começa a ficar intrigado com a Peach. Até quando finalmente real e oficial tem a Beck só pra ele, depois quando a Beck o trai e, por fim, quando a Beck descobre tudo.
Fecha uma porta e abre outras
O mais engraçado de toda essa história é que bem lá no comecinho, quando começou a sair com Beck e estava tentando dar um jeito no “namoradinho” dela, Beck começou a sair com um milhão de caras.
Joe até viu uma das noitadas dela pela calçada do lado de fora e mesmo assim continuava de quatro por ela. Insistindo e indo até o fim… Enquanto ele achava que dando um basta na vida do ex ele estaria abrindo o caminho para o coração de Beck, ele estava simplesmente fazendo o perfil dela no Tinder.
Quanto mais ele tentava arrumar a vida de Beck, mais ela arrumava outra pessoa para incluir e revirar tudo outra vez.
Joe parece ser uma pessoa boa
Pode até ser que Joe pensava mesmo que estava protegendo a Beck de todas aquelas pessoas e ao longo da série até começamos a pensar que talvez, lá no fundo, Joe seja realmente um homem de bom coração.
Mas não.
Joe tem um passado que se mistura com o presente que é bem difícil de decifrar. Ele quer ser amado e acolhido por alguém de verdade, já que seus pais o abandonaram. O único “amor” de alguém que cuidava dele foi do dono da livraria, que para falar a verdade, não era nada normal.
Não sei se perceberam, mas talvez o dono da livraria tenha outras razões para estar naquela situação e pode ser que Joe tenha algo a ver com isso sim. Principalmente porque ele sabe que Joe matou o homem da gravadora com quem Candence o traiu. E sabemos bem que ele não foi visitá-lo nenhum dia durante toda a série. Que história mais cruzada foi aquela?
E tudo é tão recente… O término, o início do novo relacionamento e todas as mortes que aconteceram. Parece que esse estresse que Joe está vivendo está apenas começando e essa seria a primeira temporada de uma série de ex namoradas.
Ou será mesmo que Candence morreu?
Valor das Redes Sociais
Outro ponto que devemos levar em consideração é sobre a nossa crença nas redes sociais. Logo quando ele conhece a Beck, ele faz um super rastreio nas redes dela e descobre mil e um detalhes da vida dela. Ele vai analisando tudo e a narração é a seguinte:
Um cara precisa se proteger. Eu tinha que ter certeza de que era seguro. E o seu nome era um jeito glorioso de começar. Não há muitas Guineveres Beck. E ali estava você, com todas as contas abertas. Você quer ser vista, ouvida, conhecida. É claro que me interessei. Nascida e criada na ilha de Nantucket, um irmão, Clyde, e uma irmã, Anya, seus pais foram sacanas mesmo com os nomes. Eles se separaram quando tinha 12 anos. Seu pai sumiu do mapa. Foi para Brown, onde estudou literatura. Legal. E conheceu muitos canalhas. E, então, veio para Nova York fazer mestrado e ser reconhecida. Ainda escreve, mas pouco. Ocupada demais vivendo momentos que não recordará em cinco anos. Sei disso porque expõe a sua vida o tempo todo. Sinceramente, é a coisa menos atraente em você, Beck. Postou isto horas depois de nosso encontro, fiquei preocupado por não ter mencionado o cara fofo da livraria. E então percebi que sua vida online não é real. É uma montagem. Você monta essa Beck. Está criaturinha centrada, amável, fofa e flexível. Mas o fato de não ter me compartilhado com seus seguidores só nos confirmar que nos conectamos de verdade. A outra coisa que nossa amiga internet me deu foi seu endereço. Ali está, com suas janelas grandes e nuas.
Eu sei, é bem inusitado ele narrar toda a história conversando com a Beck em seus pensamentos, no primeiro episódio isso irrita tanto quanto a lente da câmera, já que o desfoque contínuo não ajuda em nada a assistir. Mas isso passa nos episódios seguintes. (Amém)
Mas voltando para as redes sociais, por que somos tão conectados a elas? Por que nossos celulares, computadores e tablets dizem tanto sobre nós?
Você reparou bem que sempre que Joe ia investigar alguém, era justamente esses aparelhos que olhava primeiro? E não é para menos já que foi o notebook o primeiro da lista ao conhecer melhor a Beck e depois, o próximo passo foi roubar o celular.
Confiança é a base de tudo
Levanta a mão aí quem nunca ficou morrendo de curiosidade para ver com quem o seu amor anda conversando no WhatsApp?
Na série Você notamos as mensagens como algo que pode ser completamente diferente do que pensamos, afinal, sempre pensaremos besteiras das conversas mais bobas.
Como foi o caso da conversa de Beck com o pai. Quem imaginaria que ela estaria conversando com o pai dela? Não era para ele estar morto? De cara quando ela disse que ele pagou pela cama dela, era óbvio que fosse o próprio homem com quem Beck passou a noite e que também a ajudou a quebrar a cama. Mas não, era o pai dela. Quem diria que compraria uma roupa super sexy para um festival e que passaria a noite em um Motel para nos assustar?
Aqui no Brasil, Motel significa outra coisa, nos Estados Unidos, por exemplo, Motel são hotéis de beira de estrada. Quem lembra da série Bates Motel inspirada no filme Psicose? Exatamente, aquilo era um Hotel, mas por ser na beira da estrada é chamado de Motel, com M.
Então, não necessariamente ela estaria indo até ali para passar a noite com alguém, talvez só para realmente dormir. Mas, claro, esses motéis podem ser também ótimos pontos de encontro para amantes.
Mas não foi só nós, espectadores, que pensamos assim, afinal estávamos seguindo as narrações de Joe e ele imaginou que seria mais um dos casos de Beck.
O que Beck está escondendo?
A partir dali notamos que tem mais segredos sobre Beck do que poderíamos imaginar. Fingir a morte do pai era apenas o começo. O que mais ela estaria escondendo? Será que ela era mesmo confiável?
Dava vontade de falar para o Joe: pega o celular dela e olha o que ela está fazendo! Não deve ser coisa boa, meu filho!
Joe até mostra para Beck que as pessoas que ele matou por ela, sendo Peach e o ex, não eram pessoas boas, mas adivinha? Ela não teve nenhuma reação aparente de: quem eram essas pessoas? Eu não as conhecia de verdade? Fica aí no ar.
Como no texto final de Beck, que fez enquanto estava presa na livraria, a vida inteira dela é um tanto quanto complicada. Tudo o que ela fez para chegar até ali não valia de nada pela confusão em que ela se meteu.
“Como diabos você acabou aqui? (Sua vida está melhor desde que me conheceu. Você só não sabia como e por quê. Me pintou como um monstro, alguém capaz de ferir pessoas, de fazer coisas terríveis.) “Você se enrolava em contos de fada como se fossem um cobertor, mas era do frio que você gostava. Calafrios agudos quando descobriu os cadáveres das esposas de Bluebeard (Barba Azul). Arrepios doces enquando o Príncipe Encantado calçava o sapato de cristal nos seus pés. O encaixe perfeito. Mas, no pátio da escola, princesas reais flutuavam por você como os ventos de outono. Você viu o abismo entre você e as garotas ricas e prometeu parar de acreditar em contos de fadas. Mas as histórias estavam dentro de você, profundas como um veneno. Se o Príncipe Encantado era real, se ele pudesse salva-la, você precisava ser salva da injustiça de tudo. Quando ele chegaria? A resposta era um desprezo cruel em centenas de momentos passageiros, o desdém do rosto de Stevie Smith quando ele a chamou de vaca gorda, a mão do tio de Jeff apertando sua bunda no almoço de Ação de Graças, a acusação nos olhos de seu pai quando lhe disse o que aconteceu. Com cada garoto disfarçado de homem que entrou em seu corpo, em seu coração, você aprendeu que não tinha a magia que torna um sapo um príncipe. Você se cercou das garotas que sempre a magoaram, esperando compartilhar de seu poder e se odiou por isso. O que a fez sentir ainda menor. Então, quando pensou que seria melhor desaparecer, ele a viu e você sabia no fundo que era bom demais para ser verdade, mas se permitiu ser arrebatada porque ele era o primeiro forte o bastante para levantar você. Agora no castelo dele você entende que o Príncipe Encantado e o Bluebeard são o mesmo homem. E você não vai ter um final feliz a menos que ame os dois. Você não queria isso? Ser amada? Não queria que ele a coroasse? Não pediu por isso? Então diz que pode viver assim. Diga que o ama. Diga obrigada. Diga tudo menos a verdade. E se não puder retribuir seu amor?”
Traição de Beck
Mas algumas vezes em que Joe olhou as mensagens no celular, ele estava certo. Como quando fingiu um assalto ao terapeuta e viu todas as fotos de Beck e ele juntos no apartamento dela. Ela o traiu, assim como Candence fez.
A mesma história se repetindo. Até quando?
Atualizar redes sociais = estar vivo
Lembra quando Joe prendeu o ex de Beck na livraria e ficou atualizando as redes sociais dele? Se isso virar mania entre os sequestradores, a partir de hoje nunca mais saberemos quando alguém sumir. Simplesmente porque ficou fácil demais implantar uma prova falsa de que você mesmo se matou ou que foi viajar para a Itália. Basta que o sequestrador poste sobre isso.
Será que no futuro terão pessoas que analisam se os tuítes são seus, assim como analisam nossas assinaturas? Acredito que certamente iremos precisar dessas pessoas lado a lado dos policiais.
Quem é o Joe?
É engraçado o quanto que Joe, mesmo sem parecer planejar, acaba fazendo tudo pensado nos mínimos detalhes. Usa até os livros para ajudar em suas maiores façanhas, afinal, talvez sejam eles os seus melhores amigos.
Fico me perguntando porque Beck não levou a fundo aquelas perguntas sobre quem eram os melhores amigos de Joe e porque diabos ele não tinha redes sociais.
Ela deveria ter buscado saber mais sobre com quem estava saindo ao invés de buscar um apoio emocional para tudo e ao mesmo tempo reclamar sobre isso depois na terapia.
Tem alguém certo?
Não sei de quem tenho mais raiva: de Beck ou Joe. Pelo menos a história toda nos faz ficar do lado do narrador personagem que por sinal tem uma mente muito maluca e doentia. Me fez lembrar muito Dom Casmurro, definitivamente Joe deve ter lido essa história.
O problema não é a Beck
Mas, claro, não dá para culparmos Beck.
Ela é apenas uma garota em busca de sua liberdade, que quer seguir os seus sonhos, mas fazer tudo o que puder ao longo do caminho. Ela não precisava ter enganado Joe e ele não precisava ter feito tudo isso com ela. Mas definitivamente o problema ali não é Beck, mas sim Joe.
É bem nítida a questão da obsessão e do quanto ele controlava a vida dela o tempo inteiro.
Ao longo da série, pela narrativa vir dele, vamos encarando aquela situação como normal, como até disse no texto para ele ir lá e pegar o celular dela para ler. Mas não é bem assim.
A relação de Beck e Joe não é nenhum pouco saudável. Ele até tenta que seja, já que fica um tempão sem controlar a vida dela pelo celular antigo, mas acaba ficando em dúvida sobre a lealdade de Beck e olha de novo.
Sentimos que parece que Joe sabe mais sobre o que é melhor para Beck que ela mesma, isso pela narrativa da série, mas é justamente o que um relacionamento abusivo quer nos mostrar, que está certo, que é do jeito que ele pensa que tem que ser e caímos direitinho em um relacionamento abusivo na série Você.
Essa foi uma ótima tática para entendermos o que significa estar em um relacionamento abusivo e a característica descritiva ao extremo da série, que tem tudo a ver com o ambiente, já que ambos os personagens principais são amantes de literatura, uma aspirante a escritora e um gerente de livraria, nos conecta mais ainda a esse relacionamento.
Vale ressaltar até que se a narrativa fosse feita por Beck, nós não teríamos a menor noção do que estava acontecendo, já que Joe era quem pensava e corria atrás de tudo, então fez muito sentido ele narrar e mais ainda ele narrar para Beck, já que assim ele se mostrava ainda mais no controle de tudo.
Não era amor, era cilada!
Muito sutil e normal
E como disse no início do texto, a forma com que Joe torna tudo tão sutil, cotidiano e normal foi o que mais me deixou assustada. Ele falando que a ajudou a escrever o livro enquanto arrumava a exposição deles foi totalmente insano e totalmente calmo. Ele não se sente culpado por nada apesar de tudo o que fez.
E Joe nunca será realmente culpado por nenhum crime que cometeu. Mas sempre será assombrado por todos eles e pelos vestígios que deixou para trás. A pergunta é: até quando?
Será que Candence aparecer no último episódio foi só mais uma ilusão de Joe ou ela voltou de verdade? Será que o detetive vai desistir de investigar a morte de Peach?
Lá vamos nós aguardar uma próxima temporada que para alívio dos amantes de maratona, já está confirmada.
E aí, o que achou da série Você da Netflix?
Ah! Se alguém te perguntar o que está assistindo, nada de falar “você”, hein? Isso será stalker demais, melhor não colocar em prática tudo que aprendeu com o personagem principal.
Abraços,
-Aninha Carvalho
4 Comments
Adorei a série, é incrivel ver a perspectiva dele, sempre achando que estava protegendo a Beck. Estou ansiosa pela segunda temporada. Acho que pela urina na casa da Peach vão descobrir que ele esteve na cena do crime.
Ei, Ju, eu também adorei a série. Ela parece ser um pouco mais lenta, mas um lento que te prende 100% o tempo inteiro, quase consegui maratonar tudo um dia só. Eu adorei a perspectiva que escolheram, deu para entender como é a mente de uma pessoa obsessiva assim, a escolha foi perfeita. Se viesse dela a narrativa, não teríamos essa dimensão toda. Verdade! Eu acredito que aquele detetive não vai esquecer essa morte tão cedo!
Eu adorei a série, é muito boa! Mas faz a gente ficar com muita raiva da Beck, ela também parece ter uma mente doentia, pena que não da pra ter um pouco mais da perspectiva dela. Ela engana e trai facilmente todo mundo. Eu sempre acabo concordando com o que o Benjamin falava sobre ela!
Ei, Fernanda, me prendi muito também, maratonei rapidinho. Pois é, não dá para entender direito o que se passa na mente dela, porque ela age daquele jeito, só temos poucos minutos de série com a visão dela. Você fica a série inteira meio que concordando com o Joe, mesmo sendo insano, mas sabendo também que ela fez coisa errada demais, triste. Af! Não queria colocar a culpa nela, mas poxaaaaa… que raiva