Estudar inglês fora é sinônimo de passar uma manhã inteira (e até a tarde também) apenas assistindo aulas e aprendendo novas palavras, expressões e gramática. É muita informação para absorver e ainda ter tempo para conhecer a cidade, sem deixar de lado o jantar com a família. O que fazer para conseguir aproveitar ao máximo as aulas do intercâmbio sem deixar de lado tudo isso?
No conteúdo de hoje, eu separei 5 boas práticas que você deve ter ao estudar inglês fora. É algo que deve ser criado e estar enraizado em você como um hábito mesmo. Vou te mostrar algumas dicas de como colocar em prática cada uma delas também, assim fica bem mais fácil. Vamos lá!
1. Decida qual a sua melhor forma de aprendizado
Aposto que você já ouviu falar que existem diferentes formas de aprendizado e até de estudo. É preciso que você tenha em mente qual delas é a sua. Mas porquê?
Muitas pessoas tem o hábito de estudar de uma forma, mas não garantem o resultado esperado. Por exemplo, sempre estudam lendo os conteúdos, sem fazer exercícios e não vão bem. Outras fazem o mesmo e tiram boas notas em provas. A questão em si nem chega a ser o fato de “tirar nota boa”, mas sim pensar na forma de estudo que mais te faz aprender (de verdade) algo novo.
Algo que eu reparei na minha forma de aprendizado é que preciso escrever para visualizar melhor tudo, porém, esse processo de escrita não precisa ser na mesma hora. Eu melhoro mais o meu inglês quando eu escuto a explicação e, depois, separo um tempo para relembrar e escrever.
Eu já tive a época de escrever cada frase que o professor falava e adivinha? O conteúdo ficava apenas no caderno. Eu não absorvia aquilo. E, consequentemente, de nada adiantava ter um conteúdo escrito em algum lugar, todo organizado e lindo se, quando eu precisava dele na hora de conversar, não estava fresco na minha mente.
Por isso, a minha dica inicial é: entenda qual é a sua forma de estudar e foque nela!
2. Vire a chavinha para aprender o idioma
De nada adianta chegar no intercâmbio, sentar na sala de aula para aprender um idioma e ficar usando o celular o tempo inteiro. A verdade é que algumas escolas têm regras para o uso do aparelho em sala de aula e adivinha? Todas proíbem o uso pela distração que ele gera.
Eu sei, pode ser que seja prático para você checar uma palavra que não saiba o significado ou algo do tipo. Tudo bem. O importante é não usar o Wi-Fi da escola para te privar de experiências importantes durante o intercâmbio. Vou citar duas delas agora:
A primeira delas está, justamente, nas aulas. É cientificamente comprovado que as pessoas ficam mais distraídas enquanto usam os celulares. E não adianta nem deixar no silencioso ou com a tela virada para baixo, só de pensar nele, já é motivo de distração, de acordo com pesquisa da FGV.
Isso acontece até no trânsito, já que, segundo o Detran, o uso de celular aumenta em 400% a chance de se envolver em acidentes enquanto dirige. Imagine na sala de aula, que é um local confortável e que, possivelmente, terá internet gratuita. Exatamente! Só tende a piorar.
A segunda delas é referente às interações com outros intercambistas. Não escolha os stories de pessoas que estão no Brasil, falando português, ao invés de escolher as pessoas que estão do seu lado, querendo trocar ideia e, mais que isso, conversar em inglês, assim como você tanto quer.
Aproveite o momento para deixar as redes sociais de lado, fazer amizades ou só jogar conversa fora mesmo. Assim, você treina mais e volta com o inglês bem melhor.
Nada de trocar o virtual pelo real. Saia da zona de conforto de apenas observar o que acontece no mundo e comece a fazer parte do que está acontecendo. Esteja mais presente no mundo real. Quanto menos celular durante o intercâmbio, melhor.
3. Se estiver em dúvida, pergunte!
Acredito que uma das experiências mais enriquecedoras da sala de aula durante o intercâmbio é o fato do professor não te entender na sua língua nativa, o português. Isso significa que você precisa de esforçar para ser entendido.
Nada melhor do que se desafiar nisso ao tirar as suas dúvidas ao longo das aulas. Isso porque você terá um curto espaço de tempo para elaborar a pergunta e se fazer ser entendido pelo professor e pela turma.

Nada de se assustar e perder o momento de tirar as dúvidas. Faça as suas perguntas e, principalmente, seja entendido! Será uma experiência maravilhosa, vai por mim!
Vale lembrar que existem momentos oportunos ao longo da aula para tirar as suas dúvidas, mas identifique qual é a dinâmica da aula do seu professor. Assim, você entenderá o quão aberto para responder dúvidas ele está e abuse disso.
Não é para ser o aluno chato que sempre vem com uma dúvida sem conexão com o que estão aprendendo na aula. Venha sempre com algo que tenha ligação e, mais que isso, que te desafie a perguntar da forma certa e, principalmente, compreender a resposta. Nada de falar “ooh, yes, thank you”, sem ter entendido uma palavra. Seja verdadeiro com você mesmo, principalmente.
4. Feche a porta do português e se distancie do Brasil
Eu sei, com as redes sociais fica difícil ficar distante da sua família e até de amigos brasileiros e eu nem quero que você faça isso. Eu só preciso que você entenda que existem momentos em que a “chavinha” de aprender inglês precisa estar ligada.
É o mesmo que pensar em quando está concentrado fazendo algo e alguém te chama pelo nome. Você imediatamente pára o que está fazendo e começa a prestar atenção naquela pessoa. O mesmo acontece quando se está aprendendo um novo idioma.
A virada de chave precisa ter momentos certos e não ser interrompida na hora errada.
Você já deve ter sentido isso ao sair de uma aula de inglês (e se não sentiu, vai começar a sentir durante o intercâmbio), é sempre um baque quando alguém fala em português com você. Sair da aula de inglês e ouvir um “Olá” de alguém no corredor é o primeiro passo para desligar a chave do inglês.
E isso não precisa acontecer com um brasileiro vindo conversar com você não, isso pode acontecer com uma mensagem de um grupo, com os stories dos seus amigos no Instagram… Por isso, a minha dica é: comece a seguir pessoas que falam em inglês e evite ao máximo conversar com pessoas que não vão conversar em inglês com você.
Não estou dizendo para parar de conversar com seus pais, por exemplo, não é isso. Tenha um momento para conversar com eles durante o intercâmbio. Mas evite desligar a chavinha o tempo inteiro. Esse vai e vem dificulta o seu aprendizado.
Por isso existe esse glamour todo em volta do intercâmbio, já que todo mundo ao seu redor estará falando em inglês, você viverá o idioma 24 horas por dia. Com isso, a chance de aprender o idioma mais rápido, aumenta muito!
E, claro, isso depende exclusivamente de você. Se você quiser viver o idioma 24 horas por dia, isso vai acontecer. Caso contrário, você ficará trocando ideia com os seus amigos no Brasil ao invés de aproveitar a oportunidade e fazer um grupo no WhatsApp com os intercambistas da sua sala. Anota essa ideia aí!
5. Crie uma rotina ao chegar em casa
É importante ressaltar que o intercâmbio é sim uma viagem internacional em que você estará em um país distante, conhecendo uma cultura nova, passando por experiências incríveis… mas não deixe que isso tire o seu foco de aprender o idioma. Cada coisa no seu lugar, beleza?
Acredito que uma das ações que mais ajudam é a criação de uma rotina. E como seria isso?
Ao chegar em casa, o que fará? A minha dica aqui é criar o hábito de estudar mesmo. Como, por exemplo, vamos supor que todos os dias você chegue em casa às 18h. Seria algo assim:
- 18h-18h30: Dar oi para a família e contar como foi o dia
- 18h30-19h: Tomar banho e colocar roupa quentinha (caso esteja no inverno)
- 19h-19h30: Rever os conteúdos que aprendeu na escola (abrir o livro nas páginas que viu durante a aula e buscar por um vocabulário que não entendeu no dicionário).
- 19h30-20h: Passar anotações ou fotos tiradas do quadro para o caderno e fazer exercícios.
- 20h-21h: Jantar com a família
- 21h-21h30: Ler jornal/revista/blog ou assistir ao jornal/série/filme sem legenda
- 22h: Rever seu caderno de vocabulário, entendendo o significado e repetindo em voz alta com a entonação certa das palavras. (Falaremos mais sobre a criação de um caderno de vocabulário ao longo do conteúdo de hoje).

Uma das fotos que tirei do quadro no primeiro mês do intercâmbio. Nós estávamos aprendendo um vocabulário novo e o professor trouxe imagens para complementar e ficar mais fácil de entender o que cada uma significa.
É essencial que você crie um processo, uma jornada em que consiga separar um tempo destinado ao aprendizado de inglês, um momento seu com você mesmo e com a família (hostfamily).
Vale lembrar que eu sempre dou vários exemplos aqui em que cito a família que mora com você, mas você pode trocar isso para a sua realidade. Então, podem ser seus amigos do intercâmbio ou até os intercambistas que moram no mesmo local que você. Separe um momento para ter essa interação constante.
Nessa rotina, por exemplo, inseri um momento de revisão da aula, um momento de relembrar novos conteúdos, de conversa e prática do idioma. Além de aguçar a sua percepção do idioma e contato com a língua.
Vale deixar tudo organizado com despertadores ou usar alguma técnicas ágil de organização, por exemplo, e fazer tudo fluir melhor.
Com o tempo, você vai se acostumando com o processo e achando tudo muito mais simples e fácil de fazer. Não será um sacrifício, será a sua rotina. Lute por isso.
Como criar um caderno de vocabulários
Todos os dias aprendemos uma palavra ou expressão nova durante o intercâmbio e nada melhor do que ter um local onde possamos anotar e também relembrar.
O processo de tentar inserir uma palavra nova no vocabulário é complicado e a melhor forma de fazer isso é entrando em contato com a palavra sempre.
Por isso trouxe a ideia de sempre reler as palavras do seu caderno de vocabulário antes de dormir.
A ideia é que vá inserindo novas palavras ao longo do dia, chegue em casa, crie frases com cada uma das palavras ou expressões e, logo em seguida, repita em voz alta. Faça isso até se sentir mais familiarizado com ela. E, principalmente, tente inserir em suas conversas no dia seguinte.
Há uma técnica que consiste no uso de flashcards para fazer essa inserção de novos conteúdos no dia a dia. Veja a que mais se encaixa na sua forma de estudo.
O que achou das dicas? Aposto que algumas delas nem tinham passado pela sua cabeça, certo?
Comente abaixo quais delas acredita que serão mais fáceis de implementar na sua rotina do intercâmbio! Estou curiosa para saber o que está planejando para conseguir aprender inglês mais rápido.
Até o próximo post,
Abraço,
-Aninha Carvalho